quarta-feira, 23 de abril de 2008

FEBRE AFTOSA

FEBRE AFTOSA: PESADELO DOS PRODUTORES RURAIS COMPROMETE O SUCESSO DO AGRONEGÓCIO E PREOCUPA OS CONSUMIDORES DE PRODUTOS CÁRNEOS E LEITE.

A febre aftosa é uma doença causada por um vírus que ataca, com gravidade, bovinos, ovinos, caprinos, suínos e, raramente, o homem. A doença assume grande impacto quando atinge a espécie bovina, devido aos prejuízos econômicos decorrentes das ações drásticas exigidas para a erradicação dos focos. Todos os animais dos rebanhos atingidos pelo vírus, mesmo que ainda não estejam doentes, devem ser abatidos; as propriedades devem ser isoladas e postas em quarentena; e, o Estado vê-se obrigado a pagar indenizações aos produtores prejudicados.
Embora a vacinação anual do gado seja eficaz e o país tenha um estoque de vacinas suficiente para atender à demanda dos criadores de mais de 180 milhões de cabeças, possíveis falhas nas barreiras sanitárias podem permitir a passagem de animais portadores do vírus, de regiões em que, ainda, existam casos da infecção para outras, onde a doença estava controlada. Porém, nas mesmas circunstâncias, o livre trânsito de pessoas e de veículos contaminados, entre essas regiões, pode facilitar a disseminação do vírus. É o que acontece com a proximidade das propriedades da região Centro Oeste do Brasil e os países fronteiriços.
Nos bovinos, a febre aftosa provoca lesões graves na mucosa lingual e intensa salivação, além de frieiras nas áreas mucosas dos cascos. Diante deste quadro, os animais não conseguem se locomover para procurar alimento e água, e, quando o fazem, não podem apreender o capim nem beber a água devido à extensão das lesões bucais. A doença se transmite, entre os animais, através das secreções e excreções dos doentes, com destaque para a saliva, leite, urina, fezes e até o sêmen.
No homem, a doença tem sido registrada em situações particulares, sem gravidade, e nunca se comprovou a transmissão inter-humana. O grupo de trabalhadores rurais em contato permanente e íntimo com os animais doentes, sobretudo ao cuidar das lesões da língua e dos cascos, pode contrair a infecção. Outro grupo que pode ser acometido é o dos técnicos e pesquisadores dos laboratórios de diagnóstico, por trabalhar diretamente com material contaminado pelo vírus. Nestas pessoas, as lesões surgem, em geral, nas mãos, sob a forma de aftas ou pequenas vesículas que, se bem higienizadas, deverão desaparecer em duas semanas.
Os países importadores de carne bovina recusam-se a receber estes produtos, devido ao risco de contaminação das carcaças provocar a disseminação do vírus, durante as diversa etapas de manuseio. Isto se deve ao fato de o vírus ser muito resistente às condições ambientais e poder sobreviver, por muito tempo, fora do organismo animal.
No Brasil, não há relatos de casos de febre aftosa transmitidos pelo consumo de carne ou de leite, até porque os animais doentes ou suspeitos, quando abatidos, não são destinados para a indústria alimentícia, nem para o comércio varejista.

Nenhum comentário: